quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O TERERÉ

O calor do verão obriga a nos manter hidratados. É evidente que água é o melhor dos remédios para esta ocasião, mas como nem todos gostam de água segue a dica.

O tereré (ou tererê) é uma bebida feita com a infusão da erva-mate (Ilex paraguariensis), de origem guarani, indígenas que habitavam o Paraguai desde a época pré-colombiana.

É consumida com água gelada, e, opcionalmente, gotas de limão, ou até mesmo sucos e refrigerantes. No Paraguai costuma-se adicionar ervas e plantas medicinais à água, como o hortelã (Mentha arvensis), o cedrón (Lippia citriodora), a peperina (Allophyllus edulis), entre outros.

Crê-se que o tereré desde a invasão da América já era ingerido pelos índios Guarani e que por volta do século XVII os jesuítas aprenderam com eles as virtudes do mate (ka'a em guarani).

Os mesmos jesuítas elogiavam os efeitos da erva, que dava força e vigor e matava a sede mais do que a água pura. A infusão é riquísima em cafeína, daí o poder revigorante.

Segundo alguns, os índios Guarani, além de tomar mate (ou tereré) também fumavam a folha bruta da erva-mate e usavam-na como rapé.

O Tereré é a bebida mais tradicional e popular do Paraguai, em conjunto com o mate estas são servidas na zona do Rio da Prata (Argentina, Uruguai e Brasil).

No Brasil, o tereré foi trazido pelos paraguaios e índios guarani e kaiowá, que passaram a pertencer ao país quando da nova definição da fronteira entre Brasil e Paraguai, anexando imensos ervais nativos ao estado do Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul.

A bebida possui um gosto um pouco amargo, porem é muito apreciada. Aqui no Brasil ela é mais consumida no Mato Grosso e no Matogrosso do sul, mas pode ser encontrada em outros estados, como o Acre, no interior do estado de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Rondônia e Tocantins.

Todo ciclo brasileiro da erva-mate do tereré teve início na cidade de Ponta Porã, que faz fronteira com Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia, depois expandiu-se para outras cidades e estados.

Diferentemente do chimarrão, que é feito com água quente, o tereré é consumido com água fria, resultando em uma bebida agradável e refrescante. Em sua produção, a erva mate utilizada no preparo do tereré difere da utilizada no chimarrão por ter de ficar em repouso por volta de oito meses, em local seco, e de ser triturada grossa depois disso.

O recipiente tradicionalmente utilizado é a “guampa”, fabricada a partir do chifre de boi, que é lacrado com um pedaço de madeira ou coro de boi, sendo revestido por fora com verniz. Mas pode ser utilizado também copo de alumínio, vidros, ou até mesmo plástico.

A bomba é utilizada para filtrar a infusão do tereré, para que não se absorva o pó da erva triturada. As bombas são feitas normalmente de alumínio e nunca devem ser feitas de ferro por causa da oxidação, que altera o sabor da infusão. Também é possível encontrar bombas feitas de ouro, prata, alpaca e aço inox.

Modo de Preparo:


1. Coloca-se a erva-mate na guampa, aproximadamente 2/3;
2. Bate-se a erva-mate, virando a guampa em sentido diagonal, vedando a boca da guampa com a mão, de maneira a fazer com que a erva-mate ocupe toda a lateral da guampa e não caia;
3. Coloca-se a bomba na guampa;
4. Coloca-se a guampa de pé e se acrescenta o líquido.

Saiba:


Não demore com a guampa na mão – o tereré não é só seu (com chimarrão é normal a demora, pois a água é bem quente).

Jamais fique mexendo a bomba enquanto está tomando o tereré, isso só bagunça a erva dentro da guampa.

Você Sabia:

Que em processos tradicionais, para se tornar uma guampa de tereré o chifre era extraído do boi, "esvaziado", e ficava enterrado na lama por uns 15 dias para eliminar as impurezas, somente depois desse tempo é que ela estava preparada para o uso;

Que por tradição, em uma roda, deve-se servir o tereré no sentido anti-horário, devido ao movimento praticado pelos laçadores;

Que a constituição da erva do tereré é de 50% de folhas e 50% de galhos de sua própria árvore e que a do chimarrão é de 70% de folhas e 30% apenas de galhos;

Que quando você não quer mais ser servido em uma roda, basta dizer "obrigado!";

Que os peões de comitiva, principalmente no Pantanal, tomam tereré com água de rio, logo o tereré deles não é gelado e sim frio.

Símbolo de amizade a bebida é consumida tanto no verão como no inverno, dia e noite: não há calendário para o seu consumo feito em rodas de amigos ao final da tarde e todos compartilham da mesma guampa.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Helena Meirelles – a Dama da Viola

Instrumentista brasileira nascida em 13 de agosto de 1924 na Fazenda Jararaca, que ficava na Estrada Boiadeira, que liga Campo Grande ao porto 15 do Rio Paraná, divisa com o estado de São Paulo, Helena Meirelles é considerada a melhor violeira do mundo.

Filha do boiadeiro paraguaio Ovídio Pereira da Silva e da mato-grossense Ramona Vaz Meirelles, apesar de nascer e crescer em uma época em que a viola era um instrumento proibido às mulheres, seu mundo não existiria sem esse instrumento.

Cresceu rodeada de peões, comitivas e violeiros pantaneiros. Fascinada pelas violas caipiras, a família não permitia que aprendesse a tocar, o que acabou fazendo por conta própria, às escondidas.

Começou a surpreender desde jovem quando chegava e tocava até de graça em festas, bailes e bares de Mato Grosso do Sul e no interior oeste do Estado de São Paulo. Sua música seguiu os ritmos de sua região, com influências paraguaias, entre eles, o Chamamé, o Rasqueado e Polca.


Fugiu de casa aos 15 anos e teve o primeiro filho aos 17, de seu primeiro marido, com quem se casou por imposição dos pais, e com este teve mais dois filhos e juntos viveram apenas 8 anos, pois Helena abandonou o marido pouco tempo depois para juntar-se a um paraguaio que tocava violão e violino.

Resolvida a tocar viola em bares e farras, separou-se novamente, deixando a fazenda do avô paraguaio onde morava com o marido e os filhos dos dois casamentos com pais adotivos e ganhou a estrada, como ela própria dizia “fui para a zona”, até encontrar o terceiro marido, Constantino, com quem permaneceu casada até o fim de sua vida.

Em Santo Anastácio, perto da fronteira entre os dois Estados, trabalhou como prostituta e se apresentava com sua viola. Não sabia beber nem contar dinheiro, mas ficou famosa e, com 30 anos, passou a trabalhar também em Porto Epitácio.

Reconhecida pelos sul-mato-grossenses como expressão das raízes e da cultura da região, começou a ser divulgada fora de sua região, quando foi apresentada (1980) por Inezita Barroso no seu programa Mutirão, na rádio USP de São Paulo, tocando ao vivo e mostrando seu trabalho. Depois a mesma Inezita apresentou a violeira em seu programa de música caipira Viola, Minha Viola, na TV Cultura.

Na década seguinte (1992), teve nova oportunidade ao se apresentar ao lado de Inezita Barroso e da dupla Pena Branca e Xavantinho, no Teatro do SESC, em São Paulo. Depois dessas oportunidades, gravou uma fita, mas não recebeu atenção dos diversos meios de comunicação onde tentou a divulgação.

Aos 68 anos, Helena Meirelles subia pela primeira vez em um palco profissionalmente, ficando conhecida como a Dama da Viola.

Tudo havia começado quando seu sobrinho enviou para uma revista especializada norte-americana, uma fita com gravações feitas de maneira amadora.

Desta forma no ano seguinte, aos 69 anos, a revista estadunidense Guitar Player a escolheu como Instrumentista Revelação do Ano, com o Prêmio Spotlight (1993). Foi um extraordinário prêmio par quem injustamente antes não obtivera o merecido reconhecimento em seu país, talvez por puro preconceito contra sua arte.

Ela tocava também bandolim, rebeca e violão, mas foi com a viola que ela consagrou-se e revelou os encantos musicais de uma região de um país musical, dedicando a vida inteira ao som do mato e traduzindo a alma do pantaneiro.

Religiosa, apesar de não ter sido exatamente católica, a violeira era devota de Nossa Senhora Aparecida.

Aos 81 anos (2005), esteve internada na Santa Casa de Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul, por dez dias com pneumonia crônica nos dois pulmões, recebeu alta e, dois dias depois, morreu em casa, vítima de uma parada cardiorrespiratória, tendo seu corpo sido velado no cemitério Parque das Paineiras, na Avenida Tamandaré.

Helena, analfabeta e autodidata, foi casada três vezes e teve 11 filhos. Gravou quatro álbuns: "Helena Meirelles" (1994), "Flor de Guavira" (1996), "Raiz Pantaneira" (1997) e "De Volta ao Pantanal" (2003), a Dama da Viola morreu aos 81 anos em Campo Grande.
Por: Luquinhas.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Conheça os 10 locais mais alienígenas na Terra

Você não precisa sair de seu planeta para sentir que está em algum outro mundo remoto. Confira uma lista de 10 lugares, aqui na Terra, em que a sensação de estar noutro planeta é garantida.

10. As Cavernas de Gelo de Eisriesenwelt, Áustria: Cavernas de gelo são muito diferentes de cavernas normais. Quando estamos dentro dela, parece que não estamos na Terra e sim nas entranhas de algum planeta remoto.

Há muitas cavernas de gelo ao redor do mundo e as Eisriesenwelt são as maiores conhecidas. Elas se estendem por 40 km. Apenas uma porção desse labirinto é aberta a turistas, mas é suficiente para sentir o clima e o mistério que circulam o local.
9. Vales Secos (Dry Valleys), Antártica: A região Vales Secos da Antártica, de acordo com os cientistas, é a área na Terra mais parecida com o que seria uma paisagem de Marte. A região quase nunca tem neve e, exceto por algumas planícies rochosas, é a única parte continental da Antártica que não é formada de gelo.

O chão destes vales apresenta alguns lagos permanentemente congelados, com vários metros de grossura e, sob esse gelo, vivem alguns organismos extremamente simples, que são objetos de estudo.

8. Ilha Socotra, Oceano Índico: Essa ilha simplesmente dispensa qualquer noção do que é considerado “normal” para uma paisagem terrestre. Se você acordasse lá, provavelmente pensaria que está em outro planeta ou, pelo menos, em alguma era remota. Socotra é parte de um arquipélago que ficou geograficamente isolado da África há 6 ou 7 milhões de anos.

Como nas ilhas Galápagos, possui cerca de 700 espécies raras e muito diferentes. O clima é árido, e mesmo assim lá estão exemplares incríveis de plantas – algumas espécies não apresentaram variações nos últimos 20 milhões de anos.

7. Rio Tinto, Espanha: As minas gigantes, a céu aberto, do Rio Tinto, criam um ambiente surreal, transformando a paisagem em algo similar ao que veríamos na Lua, por exemplo.

O crescimento do rio não consumiu apenas montanhas e vales, mas adentrou terras de vilas. O rio teve seu nome tirado da cor de suas águas, praticamente vermelhas e extremamente ácidas (com pH variando entre 1.7 e 2.5), ricas em metais.

6. Kliluk, o Lago Manchado, Canadá: No quente sol de verão, a água do Lago Manchado evapora e os minerais contidos nela são cristalizados. Isso causa a formação de vários círculos com bordas brancas: piscinas rasas, que refletem o conteúdo mineral da água em tons de verde e azul.

Essa água contém uma das maiores concentrações de minerais do mundo: sulfato de magnésio, cálcio e sulfato de sódio, mais traços de outros minerais, como titânio e prata. Os índios canadenses se banhavam nessas águas e na lama do lago para curar feridas.

5. Saleira de Uyuni, Bolívia: A Saleira de Uyuni é, talvez, uma das mais espetaculares paisagens do mundo. Uma área magnífica com um impressionante deserto de sal (o maior do mundo), vulcões ativos e gêiseres – como uma miragem alienígena, completamente fora da realidade.

4. Vale da Lua, Brasil: O representante nacional das paisagens “alienígenas” é o Vale da Lua, no Brasil. É uma formação rochosa, esculpida pela erosão da água, cheia de piscinas naturais.

Está localizado a 38 km de Alto Paraíso, em Goiás. Suas formações rochosas são uma das mais antigas do planeta, feita de quartzo e de outros cristais.

3. Córrego do Sangue Quente, Japão: O Córrego do Sangue Quente é um dos “infernos” (jigoku) de Beppu, no Japão. Nove espetaculares termas que são mais “para ver” do que para tomar banho.

A paisagem inclui um lago de água vermelha e quente, colorida pelo ferro presente no líquido. O Sangue Quente foi eleito o mais fotogênico dos “infernos”.

2. A Floresta de Pedras, China: A Shilin (em mandarim, Floresta de Pedras) é formada de pedras lisas, circundadas por água que cobre o chão. A água causa erosão em tudo, menos nos pilares. A Floresta de Pedras é conhecida desde a Dinastia Ming como a Primeira Maravilha do Mundo.

1. A Estrutura Richat, Mauritânia: Essa espetacular formação na Mauritânia fica na parte sudoeste do deserto do Saara. É tão grande que é visível do espaço, com um diâmetro de 30 milhas. Anteriormente, achava-se que a formação foi causada pelo impacto de um meteorito que caíra na região, mas agora se concluiu que é resultado de erosão. A causa exata de seu formato circular ainda é um mistério.