
Instrumentista brasileira nascida em 13 de agosto de 1924 na Fazenda Jararaca, que ficava na Estrada Boiadeira, que liga Campo Grande ao porto 15 do Rio Paraná, divisa com o estado de São Paulo, Helena Meirelles é considerada a melhor violeira do mundo.
Filha do boiadeiro paraguaio Ovídio Pereira da Silva e da mato-grossense Ramona Vaz Meirelles, apesar de nascer e crescer em uma época em que a viola era um instrumento proibido às mulheres, seu mundo não existiria sem esse instrumento.

Cresceu rodeada de peões, comitivas e violeiros pantaneiros. Fascinada pelas violas caipiras, a família não permitia que aprendesse a tocar, o que acabou fazendo por conta própria, às escondidas.
Começou a surpreender desde jovem quando chegava e tocava até de graça em festas, bailes e bares de Mato Grosso do Sul e no interior oeste do Estado de São Paulo. Sua música seguiu os ritmos de sua região, com influências paraguaias, entre eles, o Chamamé, o Rasqueado e Polca.

Resolvida a tocar viola em bares e farras, separou-se novamente, deixando a fazenda do avô paraguaio onde morava com o marido e os filhos dos dois casamentos com pais adotivos e ganhou a estrada, como ela própria dizia “fui para a zona”, até encontrar o terceiro marido, Constantino, com quem permaneceu casada até o fim de sua vida.
Em Santo Anastácio, perto da fronteira entre os dois Estados, trabalhou como prostituta e se apresentava com sua viola. Não sabia beber nem contar dinheiro, mas ficou famosa e, com 30 anos, passou a trabalhar também em Porto Epitácio.
Reconhecida pelos sul-mato-grossenses como expressão das raízes

Na década seguinte (1992), teve nova oportunidade ao se apresentar ao lado de Inezita Barroso e da dupla Pena Branca e Xavantinho, no Teatro do SESC, em São Paulo. Depois dessas oportunidades, gravou uma fita, mas não recebeu atenção dos diversos meios de comunicação onde tentou a divulgação.

Tudo havia começado quando seu sobrinho enviou para uma revista especializada norte-americana, uma fita com gravações feitas de maneira amadora.
Desta forma no ano seguinte, aos 69 anos, a revista estadunidense Guitar Player a escolheu como Instrumentista Revelação do Ano, com o Prêmio Spotlight (1993). Foi um extraordinário prêmio par quem injustamente antes não obtivera o merecido reconhecimento em seu país, talvez por puro preconceito contra sua arte.
Ela tocava também bandolim, rebeca e violão, mas foi com a viola

Religiosa, apesar de não ter sido exatamente católica, a violeira era devota de Nossa Senhora Aparecida.
Aos 81 anos (2005), esteve internada na Santa Casa de Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul, por dez

Helena, analfabeta e autodidata, foi casada três vezes e teve 11 filhos. Gravou quatro álbuns: "Helena Meirelles" (1994), "Flor de Guavira" (1996), "Raiz Pantaneira" (1997) e "De Volta ao Pantanal" (2003), a Dama da Viola morreu aos 81 anos em Campo Grande.
Por: Luquinhas.
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